domingo, 24 de abril de 2011

Lembranças de uma mente quente

Pena ou ponta, me diz quem és. Desenha a boca. Se és tú, ou não é, já não importa mais.
Deixa que teu sexo nos una, teu sêmem, correndo com o suor que lhe fecha os olhos.
Gira o quarto, tira a ponta da caneta da pauta, sobe, desce, sagrado gemido. Toca o blues enquanto se desfaz, enquanto dá um sorriso, ri, gargalha.Me deixa pensar que o teu cabelo é o meu. Abre as minhas pernas. Sem censura nos poros arrepiados, pêlos recebendo carícias da saliva, que se arrasta como um trator num campo aberto. Que passa amassando as flores docemente, colhendo o pólen que ainda vai ser semeiado pelas abelhas. Vai do grito da guitarra, cortando os ouvidos, até o gemido do saxofone, entorpecedor. Tiros são disparados, com pólvora dourada se espalhando em volta. Me morre, ou então, me inconscientiza de mim mesma, e renasce das cinzas. Sabe-se que escrevendo não há alucinação que passe.
(Agora?) Fumo meu cigarro, e sei que não tem ninguém nascendo ou morrendo na minha poeira.
Acende essa fumaça, me deixa ser assim, avoada.

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