terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Adubo

Vejo o mundo pelos olhos de outra pessoa. Coloco os óculos de grau, alheios, de um rosto amigo. Meus próprios olhos pareciam mais duas almas perdidas, dentro do aquário inaquático. Enxergo assim pessoas a mais, meias barbas, embaçado contínuo. Fico o maior tempo possível focando nas plantas mortas, no meio da natureza viva. Adubo natural pro meu terreno. Senti o calafrio da realidade, vista notóriamente por meio da corrente gelada de vento, que me deixa vesga, vendo o próprio nariz. Olhar pra dentro não foi possível, estava tudo um breu, daqueles em que não se tem nem uma vela, nem um fósforo. E se tivesse, a chuva teria apagado.

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