sábado, 8 de janeiro de 2011

I am the eggman

 Deitei no mar, afundei nas suas águas confortáveis e mornas, com gosto de lágrima. Os pensamentos flutuaram para cima dentro de bolhas, confortávelmente anestesiada, confortávelmente anestesiada. Dormi num sono profundo, sono de sonhos, sonhos de sono, descobrindo o sentido da vida a cada segundo e sem conseguir mover as mãos para a grande descoberta. Manter os olhos fechados era a meta, a faixa amarela de segurança. Nada aconteceria se ninguém percebesse a escapada noturna e os feixes de fumaça nadando no céu de quase-chuva. Me agarrei nos teus cabelos e agora não sei mais como me movimentar para fora desse emaranhado negro e comprido. Dele saem notas, doces e florais, leve toque amadeirado e cítrico. Uma mistura de cores e músicas. Pego me escutando aquela lista já velha e distante, com guitarras distorcidas e gritos entorpecentes. Espero não fazer sentido nenhum nem um , sou apenas o leão marinho na beira da praia.

2 comentários:

  1. Depois de um dia suficientemente misturado, corro pra cá esperando alguma imagem descrita por ti, imagem litorânea. Achei-a. Palavras que, talvez, tenham acompanhado a velocidade das ondas, mas passaram por meus olhos lentas, sonolentas, delicadas e compreendidas.

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